Povo Apurinã investe na utilização de sistemas agroflorestais

Utilização de sistemas agroflorestais e manejo sustentável do povo Apurinã garantem alimentação de qualidade e serviços ecossistêmicos fundamentais para o equilíbrio climático do planeta.

A utilização de Sistemas Agroflorestais (SAF) e manejo sustentável de castanha-do-Brasil pelos povos indígenas Apurinã, tem se mostrado uma importante ferramenta para conservação da floresta Amazônica na Terra Indígena Caititu, em Lábrea, no sul do estado do Amazonas.

Com o apoio do projeto Raízes do Purus, realizado pela Operação Amazônia Nativa (OPAN), com patrocínio do Programa Petrobras Socioambiental, os Apurinã estão reflorestando uma área equivalente a 13 campos de futebol, através da implementação de SAFs.

Os SAFs são um tipo de plantio agroecológico que produz alimentos sem desmatar ou usar agrotóxicos, combinando diferentes espécies para produzir um sistema ecológico saudável. Através dos SAFs os Apurinã produzem alimentos saudáveis e orgânicos, para seu próprio consumo e para comercialização em Lábrea, gerando uma renda sustentável para os indígenas.

Além da produção de alimentos, com essa iniciativa está sendo possível conservar a floresta, que continua fornecendo serviços ecossistêmicos fundamentais, como a absorção de carbono da atmosfera e o conforto térmico.

Hoje, os Apurinã cultivam 22 unidades de SAFs, em 20 aldeias. Até o final do projeto Raízes do Purus, em 2024, prevê-se que os Apurinã sejam capazes de manejar 18 hectares de SAFs.

Adriano Gambarini

O povo Apurinã também maneja e conserva 116 mil hectares de castanhais na Terra Indígena Caititu. Responsáveis por grandes estoques de carbono, as castanheiras são árvores que podem chegar a mais de 1.000 anos de idade e alcançar de 30 a 50 metros de altura, com troncos de mais de 2 metros de diâmetro.

Além de proteger as próprias castanheiras, a coleta de castanha exige que os manejadores circulem por grandes extensões territoriais, visitando pontos remotos da terra indígena, contribuindo para proteger a floresta de seus invasores.

Sobre o Raízes do Purus

O projeto Raízes do Purus é uma iniciativa da OPAN, com patrocínio da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, que visa a contribuir para a conservação da biodiversidade no sudoeste e sul do Amazonas, fortalecendo iniciativas de gestão e o uso sustentável dos recursos naturais das terras indígenas Jarawara/Jamamadi/Kanamanti, Caititu, Paumari do Lago Manissuã, Paumari do Lago Paricá, Paumari do Cuniuá e Banawa, na bacia
do rio Purus, e Deni e Kanamari, no rio Juruá. www.raizesdopurus.com.br.

Adriano Gambarini

Sobre a OPAN

A OPAN foi a primeira organização indigenista fundada no Brasil, em 1969. Nos últimos anos, suas equipes vêm trabalhando em parceria com povos indígenas no Amazonas e em Mato Grosso, desenvolvendo ações voltadas para a garantia dos direitos dos povos, gestão territorial e busca de alternativas de geração de renda baseadas na conservação ambiental e no fortalecimento das culturas indígenas.

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