Em novembro de 2021 o sistema Deter/Inpe identificou 249,5 quilômetros quadrados de área desmatada na Amazônia. A redução das atividades de derrubada de floresta é esperada nesta época do ano, devido ao aumento das chuvas na região. No entanto, os números ficaram 33% abaixo da média registrada pelo Deter/Inpe para o mês de novembro. O valor também foi inferior ao mesmo período de 2020, que foi de 309,7 quilômetros quadrados.
Este é um resultado importante, especialmente após o anúncio do desmatamento de 2021 feito pelo Prodes/Inpe. O Prodes é o sistema de monitoramento oficial de desmatamento no Brasil, com metodologia desenvolvida especialmente para a medição da área desmatada. No ciclo 2021 do Prodes, que inclui o período de agosto de 2020 a julho de 2021 foram identificados 13.235 quilômetros quadrados de área desmatada, o maior valor desde 2006.
Os cinco municípios com maior área desmatada no mês
Por um lado, essa diminuição pode representar os primeiros resultados da nova estratégia de comando e controle do desmatamento do governo federal, que se dá através de ações integradas para combater os crimes ambientais, conforme foi apresentado conjuntamente pelos ministros da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres; e do Meio Ambiente, Joaquim Leite. Por outro, das cinco cidades com maior área desmatada em novembro de 2021, três já estavam na lista de destaques do mês anterior: Portel, Uruará e Altamira. Este resultado indica que apesar da redução de intensidade da atividade, os processos e tendências tem se mantido.
Além de Portel, Senador José Porfírio, Uruará, São Felix do Xingu e Altamira, o município de Pacajá também se destaca no mês de novembro, já que, assim como São Felix do Xingu e Altamira, apresentou também 13 km2 de área desmatada. Vale ressaltar ainda, que todos estes municípios são localizados na mesma região do Pará e juntos responderam por 40% do desmatamento identificado no mês. Conheça mais sobre esses municípios.
Disclaimer
Essas análises foram embasadas no Deter, o sistema de monitoramento e alerta de desmatamento e outras alterações da cobertura florestal na Amazônia, desenvolvido pelo Inpe para dar suporte à fiscalização, através do repasse diário dos dados mapeados para o Ibama e outros órgãos competentes. Esse sistema monitora vegetação com fisionomia florestal dentro da Amazônia Legal Brasileira, excluindo áreas previamente desmatadas. Portanto, não são contabilizadas as áreas que passaram por desmatamento no passado, estavam em processo de regeneração florestal e foram novamente desmatadas.
A identificação de alterações da cobertura florestal é feita por interpretação visual de especialistas, com área mínima próxima a 3 hectares. Para o público geral são disponibilizadas as áreas superiores a 6.25 hectares através do site: http://terrabrasilis.dpi.inpe.br/. A metodologia e as estatísticas de validação do Deter publicadas em artigo científico está disponível em:
https://doi.org/10.1109/JSTARS.2015.2437075.
Embora o Inpe enfatize que a finalidade do Deter seja a expedição de alertas para suportar a fiscalização e que os números oficiais do desmatamento na Amazônia Legal Brasileira sejam fornecidos anualmente pelo Sistema Prodes, a divulgação do Deter tem permitido que a sociedade acompanhe mais de perto a dinâmica do desmatamento na região.