Em dezembro de 2021 o desmatamento identificado pelo sistema de monitoramento Deter/Inpe totalizou 87,2 quilômetros quadrados. Este valor representa uma queda de aproximadamente 60% em relação ao mesmo período de 2020.
De maneira geral existem tendências de maior ou menor intensidade de alterações na cobertura florestal na Amazônia durante o ano. Devido à influência das chuvas na dinâmica do desmatamento são esperados picos de ocorrência na estação seca, assim como baixa atividade nos meses mais chuvosos. Isso se deve tanto a fatores externos, como a dificuldade de acesso, quanto a fatores inerentes ao próprio processo de desmate, como o frequente uso do fogo para a limpeza da área recém-desmatada. Além disso, a presença de nuvens nas imagens de satélite impossibilita o monitoramento de algumas áreas, podendo contribuir para a diminuição na identificação de desmatamento durante o período chuvoso.
Ainda que dezembro seja um mês que normalmente apresente um elevado volume de chuvas na maior parte da região, contribuindo para uma redução no desmatamento, os números deste mês ficaram abaixo do esperado e apresentaram uma redução de 44% em relação à média para o mês.
Os cinco municípios com maior área desmatada no mês
Os municípios de Altamira, São Felix do Xingu, Paragomias, Dom Eliseu e Portel, todos localizados no Pará, foram os que mais desmataram no período. Juntos estes municípios responderam por 30% da área desmatada na Amazônia Brasileira no mês de dezembro.
Disclaimer
Essas análises foram embasadas no Deter, o sistema de monitoramento e alerta de desmatamento e outras alterações da cobertura florestal na Amazônia, desenvolvido pelo Inpe para dar suporte à fiscalização, através do repasse diário dos dados mapeados para o Ibama e outros órgãos competentes. Esse sistema monitora vegetação com fisionomia florestal dentro da Amazônia Legal Brasileira, excluindo áreas previamente desmatadas. Portanto, não são contabilizadas as áreas que passaram por desmatamento no passado, estavam em processo de regeneração florestal e foram novamente desmatadas.
A identificação de alterações da cobertura florestal é feita por interpretação visual de especialistas, com área mínima próxima a 3 hectares. Para o público geral são disponibilizadas as áreas superiores a 6.25 hectares através do site: http://terrabrasilis.dpi.inpe.br/. A metodologia e as estatísticas de validação do Deter publicadas em artigo científico está disponível em:
https://doi.org/10.1109/JSTARS.2015.2437075.
Embora o Inpe enfatize que a finalidade do Deter seja a expedição de alertas para suportar a fiscalização e que os números oficiais do desmatamento na Amazônia Legal Brasileira sejam fornecidos anualmente pelo Sistema Prodes, a divulgação do Deter tem permitido que a sociedade acompanhe mais de perto a dinâmica do desmatamento na região.