Amazônia perde 1391 km2 de floresta em maio, o dobro da média histórica
Em maio de 2021 o desmatamento na Amazônia, identificado pelo sistema de monitoramento Deter/Inpe, totalizou 1.391 km2, mais que o dobro da média histórica para o mês. Se por um lado o desmatamento no primeiro trimestre ficou estritamente dentro média para o período, o aumento observado em abril se acentuou expressivamente em maio.
Ainda em março, com a aproximação da estação seca, chamamos a atenção para a necessidade de estratégias de proteção da floresta e combate ao desmatamento ilegal para evitar os altos índices observados nos últimos anos. Isto porque, segundo especialistas, com a redução das chuvas na região há uma tendência de crescimento das atividades de desmate, devido ao aumento da acessibilidade à floresta e a possibilidade do uso do fogo.
Esta tendência, no entanto, pode ou não se confirmar devido a um conjunto de fatores políticos e econômicos, além de fiscalização governamental e ações para a aplicação da legislação vigente. Agora, diante dos números preocupantes do mês de maio, entramos novamente em uma emergência na questão do desmatamento na Amazônia, que necessita de respostas rápidas para seu combate.
A destruição da floresta, além de perdas na biodiversidade, pode impactar no regime de chuvas e no volume dos rios, afetando a produção agrícola e a geração de energia. Portanto não é adequado acatar as tendências de desmatamento baseadas na variação das chuvas, deixando por conta da floresta a sua própria proteção.
Os cinco municípios com maior área desmatada no mês
Os cinco municípios com maior área desmatada no mês de maio foram: Altamira (PA), Novo Progresso (PA), Porto Velho (RO), Lábrea (AM) e Itaituba (PA), que juntos foram responsáveis por 35,9% do desmatamento no mês. Conheça mais sobre estes municípios.
Disclaimer
Essas análises foram embasadas no Deter, o sistema de monitoramento e alerta de desmatamento e outras alterações da cobertura florestal na Amazônia, desenvolvido pelo Inpe para dar suporte à fiscalização, através do repasse diário dos dados mapeados para o Ibama e outros órgãos competentes. Esse sistema monitora vegetação com fisionomia florestal dentro da Amazônia Legal Brasileira, excluindo áreas previamente desmatadas. Portanto, não são contabilizadas as áreas que passaram por desmatamento no passado, estavam em processo de regeneração florestal e foram novamente desmatadas.
A identificação de alterações da cobertura florestal é feita por interpretação visual de especialistas, com área mínima próxima a 3 hectares. Para o público geral são disponibilizadas as áreas superiores a 6.25 hectares através do site: http://terrabrasilis.dpi.inpe.br/. A metodologia e as estatísticas de validação do Deter publicadas em artigo científico está disponível em:
https://doi.org/10.1109/JSTARS.2015.2437075.
Embora o Inpe enfatize que a finalidade do Deter seja a expedição de alertas para suportar a fiscalização e que os números oficiais do desmatamento na Amazônia Legal Brasileira sejam fornecidos anualmente pelo Sistema Prodes, a divulgação do Deter tem permitido que a sociedade acompanhe mais de perto a dinâmica do desmatamento na região.